crisurologia@gmail.com
(11) 2151-5219 / (11) 3812-0100 / (11) 99989-1500

Reversão de Vasectomia em 2017


A cirurgia de reversão de vasectomia consiste na religadura através de microcirurgia dos cotos dos canais deferentes que foram seccionados durante a vasectomia. Desta forma se restabelece a fertilidade para homens que realizaram a vasectomia , com índices elevados de sucesso.

 

A escolha do método para obter-se uma gravidez (reversão de vasectomia ou Fertilização in vitro) deve ser discutida com seu médico, levando-se em consideração a idade do casal (principalmente da mulher), o número de filhos que o casal pretende ter, o tempo da vasectomia, e a situação financeira (em geral a reversão é menos dispendiosa do que os métodos de fertilização in vitro).

 

Durante a cirurgia de reversão de vasectomia, já realiza-se alguns testes para saber se há espermatozoides no coto do canal deferente a ser religado. Há técnicas indicadas a depender deste achado, como a vaso-vasostomia ou vaso-epididimotomia. O sucesso da reversão de vasectomia depende de diversos fatores, tais como tempo da vasectomia e da técnica utilizada na vasectomia.

 

Desde que O’Connor sistematizou a técnica da vasovasostomia em 1948, realizaram‐se várias modificações, quer no sentido de otimizar a visualização do campo cirúrgico – e que incluíram a utilização de lentes de ampliação ou microscópio ótico – quer do ponto de vista de estanquicidade da sutura com a realização de um ou 2 planos.

 

Apesar de resultados iniciais bons em termos de patência com a técnica macroscópica, quando Lee e McLoughlin comparam os seus resultados com as 2 diferentes técnicas obtiveram maior número de gravidezes com a técnica microcirúrgica (51 versus 35%). Desde o artigo referência de Lee, numerosos estudos adicionais que comparam estas técnicas confirmaram a superioridade em termos de taxas de patência e de gravidez alcançadas com a reparação microscópica2.

 

Em relação ao prognóstico de acordo com a sutura em um ou 2 planos, as séries retrospetivas publicadas sugerem que o resultado é igual, tanto no que se refere à permeabilidade deferencial como à taxa de gravidez . Até à data, contudo, não houve qualquer ensaio prospetivo, randomizado, controlado comparando a técnica microcirúrgica de única camada modificada versus a camada dupla e a decisão relativamente a qual abordagem utilizar é assim baseada largamente na preferência do cirurgião.

 

Os resultados publicados na literatura referentes à reversão microcirúrgica são heterogéneos, tanto em termo de resultados nos espermogramas como nas taxas de gravidezes. As taxas de recanalização variam entre os 99% de Mattheus e os 60% de Nalesnik . O mesmo acontece na taxa de gravidez entre os 69,9% de Silber e os 40,6% de Huang .

 

Os fatores que mais parecem influenciar o prognóstico é o tempo decorrido desde a vasectomia . Outros fatores mais discutíveis incluem a presença de granuloma espermático e a presença de anticorpos antiespermatozoides.

 

 

Referências

 

1. A.M. Belker,A.J. Thomas Jr.,E.F. Fuchs,J.W. Konnak,I.D. Sharlip
Results of 1469 microsurgical vasectomy reversals by the Vasovasostomy Study Group
J Urol, 145 (1991), pp. 505-511

 

2. R. Kalem,T. Landon,E.B. Robert
Vasovasostomy techniques for microsurgery specialists
Sandlow. Microsurgery for Fertility Specialists, 1st Ed., pp. 49-67

 

3. V.J. O‘Conor
Anastomosis of the vas deferens after purposeful for sterility
J Urol, 59 (1948), pp. 229

 

4. J.A. Portillo Martín,M. Correas Gómez,M.A. Rado Velázquez,F. Antolín Juarez,J.L. Gutierrez Baños,J.I. Del Valle Schaan
Vasovasostomía: nuestra experiencia
Arch Esp Urol, 58 (2005), pp. 1041-1048

 

5. U.H. Engelmann,P. Schramek,G. Tomamichel,F. Deindl,T. Senge
Vasectomy reversal in central Europe: Results of questionnaire of urologists in Austria, Germany and Switzerland
J Urol, 143 (1990), pp. 64

 

6. H.Y. Lee
A 20‐year experience with vasovasostomy
J Urol, 136 (1986), pp. 413

 

7. P.N. Kolettis,A.M. D’Amico,L. Box,J.R. Burns
Outcomes for vasovasostomy with bilateral intravasal azoospermia
J Androl, 24 (2003), pp. 22

 

8. M. Sigman
The relationship between intravasal sperm quality and patency rates after vasovasostomy
J Urol, 171 (2004), pp. 310 http://dx.doi.org/10.1097/01.ju.0000102200.69922.bf

 

9. E.F. Fuchs,R.A. Burt
Vasectomy reversal performed 15 years or more after vasectomy: correlation of pregnancy outcome with partner age and with pregnancy results of in vitro fertilization with intracytoplasmic sperm injection
Fertil steril, 77 (2002), pp. 516-519

 

10. H.M. Nagler,M. Rotman
Predictive parameters for microsurgical reconstruction
Urol Clin North Am, 29 (2004), pp. 913